Tendo em vista a atual calamidade pública, a legislação de emergência, bem como a Emenda Constitucional 107, as prefeituras, neste último ano de mandato, devem atentar para o que segue:
- Considerando a suspensão de aulas desde março/2020, o que, decerto, reduziu os gastos com material didático-pedagógico, transporte de alunos, repasses financeiros a creches do 3º setor, limpeza e vigilância de escolas e, também, considerando que a Lei Complementar 173/2020 interrompeu as contribuições ao regime próprio de previdência (RPPS), nesse cenário diferenciado, as prefeituras devem se acautelar com a execução das despesas obrigatórias no Ensino (os 25% da Constituição; os 100% do Fundeb e, dentre deste, os 60% para professores e demais profissionais do magistério).
- Exceto para as despesas Covid-19, os demais gastos liquidados necessitam de cobertura financeira (art. 42, da Lei de Responsabilidade Fiscal).
- No tocante ao dispêndio com publicidade institucional, as despesas liquidadas até 15 de agosto não podem superar a média dos 2 (dois) primeiros quadrimestres do triênio 2017/2018/2019 (conforme Emenda Constitucional 107, de 2020).
- No segundo semestre de 2020, a Prefeitura poderá gastar com publicidade que divulgue práticas de combate à Covid-19 (conforme Emenda Constitucional 107, de 2020).
- A contar de 14 de agosto de 2020, permanecem vedados TODOS os gastos publicitários NÃO relacionados à Covid-19 (art. 73, VI, “b”, da Lei Eleitoral).
- De 27 de maio de 2020 a 31 de dezembro de 2020, a Lei Complementar 173/2020 (art. 8º) assim limitou a despesa com pessoal:
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- Proibido aumentar, revisar ou reajustar o salário do funcionalismo, ou conceder-lhe vantagens funcionais (exceto em caso de sentença judicial e determinação legal anterior à pandemia);
- Suspensa a contagem de tempo para anuênios, triênios, quinquênios, sexta parte e blocos de licença-prêmio;
- Proibido criar cargos, empregos ou funções,
- Vedado alterar a estrutura de carreiras;
- Proibido contratar servidores, salvo os temporários e os relacionados à reposição em cargos comissionados e efetivos;
- Vedado realizar concurso público (exceto para suprir a vacância de cargos efetivos);
- Proibido criar ou majorar auxílios, vantagens, abonos, verbas de representação, gratificações ou benefícios de qualquer natureza (exceto em caso de sentença judicial e determinação legal anterior à pandemia e, ainda, salvo quando, no período emergencial, beneficiem os profissionais da saúde e assistência social).
- Tendo em vista a exceção do § 10, art. 73, da Lei Eleitoral, a prefeitura pode iniciar ações de doação de cestas básicas, botijões de gás, máscaras de proteção, medicamentos, entre outros; pode, também, instituir benefícios como os auxílios financeiros à população vulnerável. Tudo isso voltado, exclusivamente, ao enfrentamento da Covid-19.
- A partir de 1º de julho de 2020, vedada a celebração de operações orçamentárias de crédito;
- Proibido empenhar, em dezembro de 2020, mais do que 1/12 da despesa prevista para o exercício (vedação de duvidosa constitucionalidade, mas exigida por alguns tribunais de contas);
- Ao longo de todo o exercício de 2020, proibida a contratação de AROs, as extraorçamentárias operações de crédito por antecipação da receita.
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